Muitos alunos me perguntam: “Que cor você usa para pintar sombras?”
A resposta não é simples, porque a sombra não é um elemento fixo com uma cor específica. Ela é, na verdade, uma área mais fria que se sobrepõe a algo existente — seja um objeto, o chão, folhagens, arquitetura ou o corpo humano.
Ao pintar sombras, é importante lembrar que elas devem ser transparentes, permitindo que o elemento por baixo ainda seja visível. Portanto, a sombra precisa preservar parte da tonalidade do objeto. Além disso, sombras não são uniformes ou chapadas; elas variam conforme a luz, a forma do elemento e as superfícies ao redor. Mesmo nas áreas completamente sombreadas, há nuances: pontos que refletem luz de outras superfícies, áreas mais próximas da luz, e sombras internas mais profundas.
Por isso nunca uso o cinza para pintar a sombra. Bacana mesmo é uma sombra colorida, cheia de nuances.
Gosto muito dos trabalhos de dois aquarelistas, mestres nas sombras:
John Singer Sargent (clássico) e Thomas Wells Schaller (contemporâneo)
Seguem exemplos dos seus trabalhos:
Quanto a mim, gosto de ter à mão uma mistura com um tom violáceo (azul ultramar, alizarin e um tiquinho de burnt siena) para uma sombra básica. Depois, adiciono nuances como ocre para áreas mais claras e lavanda para toques azulados. Sempre transparentes, deixando visível o que está por baixo dela.
E você? Já conhecia esses artistas? Como costuma fazer suas sombras?

Thumbnail (literalmente “unha do dedão”, em inglês) é uma expressão comumente utilizada por artistas para se referir a um estudo em tamanho bem pequeno (daí o nome), onde pensamos na composição, disposição dos elementos e, eventualmente, estudamos cores e valores tonais.
Costumo começar o estudo com pequenas formas geométricas que se assemelhem aos elementos que vou desenhar. Distribuo essas formas na folha, pensando nos espaços negativos e nas áreas de respiro. Em seguida, acrescento alguns detalhes ao esboço e defino a direção da luz, as sombras, e onde estarão os elementos mais claros e escuros do desenho.
Só então transfiro para a folha de aquarela ou caderno de desenho, para iniciar o trabalho final. Com o estudo feito, já sei que todos os elementos vão caber na folha e de onde virá a luz, o que facilita o processo e garante um bom resultado.
Aqui estão as etapas de construção de uma aquarela, desde a referência até o resultado final.
E você, faz estudos prévios antes de começar um trabalho? Comente aqui e compartilhe suas técnicas de preparação!

Ainda sobre o Simpósio Internacional de Urban Sketchers de Buenos Aires, queria contar um pouco para vocês sobre a oficina que fiz com a artista Elena Klimova, que explorou o uso de grafite para criar sombras urbanas.
Elena nos ensinou a começar um trabalho sem linhas e sem contornos e ir construindo as massas de cores e luzes com grafite, esfuminho e borracha limpa tipo.
A técnica consiste em iniciar pelas áreas de meio tom preservando a luz, esfumar e seguir adicionando gradativamente intensidade às sombras, moldando os elementos da cena, sem propriamente desenhá-los, mas revelando a impressão de luz e sombra que eles nos causam.
Seguem alguns exercícios que fiz durante o simpósio e dois que fiz no último encontro do Urban Sketcher em São Paulo, na Catedral da Sé.
Dicas: leve lenços umedecidos para limpar as mãos, pois o grafite faz sujeira, e use um spray fixador (até spray de cabelo funciona!) para preservar o desenho.
E aí, gostou da técnica? Já experimentou? Comente aqui embaixo!

Entre os dias 09 e 11 de outubro, aconteceu o Simpósio Internacional dos Urban Sketchers em Buenos Aires. Éramos cerca de 400 participantes, vindos de todas as partes do mundo, com o objetivo de desenhar a cidade, compartilhar nossas criações, trocar técnicas, conhecer novos materiais, fazer amigos e aproveitar tudo o que a arte pode nos oferecer.
O evento contou com o apoio de vários patrocinadores, e ganhamos brindes incríveis (vou falar de cada um aos poucos por aqui!). Além disso, houve workshops, demonstrações e diversas atividades, conforme as escolhas feitas na inscrição. Todas as opções foram muito bem avaliadas e bastante apreciadas pelos participantes.
Nosso ponto de encontro foi na UCA, em Puerto Madero, e de lá partíamos todos os dias para nossas sessões de desenho ou workshops. Para esse evento, preparei um caderno especial de papel Arches 300g, no formato concertina, para que, no final, ele contasse uma história contínua sobre minha experiência em Buenos Aires.
Confira algumas fotos abaixo. O livro completo você pode ver na minha conta do Instagram, onde também compartilho mais detalhes sobre o evento.
Já participa do Urban Sketchers? É uma experiência incrível! Procure o grupo mais próximo de você e venha fazer parte dessa comunidade internacional com a gente!

Nos próximos dias, de 09 a 12 de outubro, acontecerá o Simpósio Internacional de Urban Sketchers em Buenos Aires. E eu vou estar lá!
Aí surge aquela dúvida clássica: quais materiais levar? Afinal, é um simpósio internacional, estarão presentes grandes artistas e a gente quer fazer bonito, né?
Mas qual a diferença entre um desenho de scketch e a pintura em plein air? Para mim, plein air é uma saída dedicada exclusivamente ao desenho e à pintura. Levamos cavalete, apetrechos vários, sentamos, observamos e pintamos por algumas horas. Depois, recolhemos tudo e voltamos pra casa.
Já o sketch tem um caráter mais dinâmico e espontâneo. É um registro de viagem, uma lembrança do momento. Não à toa geralmente usamos cadernos, para que os registros fiquem todos juntos, na ordem dos acontecimentos. Estamos numa viagem, a gente não vai só para desenhar, a gente quer curtir a cidade, passear, conhecer… Não dá pra gastar todo o tempo nos sketches…
Meu conselho, depois de anos de prática: seja econômico no material.
Não adianta levar um caderno gigante, uma paleta com 30 cores, um estojo com dezenas de pincéis, mais lápis de cor, marcadores, canetas variadas, um cavalete e por aí afora… Vai ficar muito pesado pra carregar, e acredite, você não vai usar nem metade dessas coisas.
Surpreendentemente, a gente consegue criar coisas mais bacanas quando temos materiais limitados, pois precisamos ser mais concisos e criativos. Lembra do post da caneta azul de alguns dias atrás?
Para viagens, gosto de pensar leve: um caderno médio (A5 ou A6, que pode ser usado em folha dupla), um lápis de esboço, uma paleta compacta de cores básicas, um pincel com reservatório de água (waterbrush) e uma caneta à prova d’água.
Em saídas exclusivas para desenhar, como os encontros de urban sketchers, me permito levar algo um pouco mais completo: uma paleta maior, alguns pincéis extras, um pequeno pote de água, além de alguns lápis e canetas. Mas sempre me atento ao peso e ao volume, para que seja fácil de carregar depois. Ah, e nesse caso eu não dispenso um banquinho ou uma cadeira pra colocar numa área de sombra e desenhar tranquila.
O que vou levar nessa viagem:

Se você é como eu, não resiste a um novo material de arte. Tenho mais de 50 cores de aquarela de diversas marcas, e, sempre que visito uma loja de materiais, encontro aquela cor que ainda não tinha (e claro, agora não posso mais viver sem ela… kkk).
No entanto, é consenso entre os artistas que uma boa pintura não precisa de muitas cores, geralmente 5 ou 6 são suficientes, junto com suas combinações. Isso evita o excesso de informação e permite que as áreas da pintura se conectem melhor, criando harmonia na cena retratada.
Então, por que tantas cores? Para que eu possa ter a liberdade de escolher as 5 mais adequadas para cada trabalho. Algumas cenas são mais noturnas e nostálgicas, outras vibrantes e alegres, e, para cada caso, seleciono as cores que melhor se adequam ao tema.
Como gosto de desenhar em viagens e encontros ao ar livre, acabei criando paletas específicas para cada situação. Tenho uma paleta básica, maior, que uso em casa e nas aulas, e outras menores que levo comigo em passeios. Cada uma tem suas particularidades: algumas com tintas que granulam, outras com preferências por azuis e verdes, ou focadas nas cores primárias.
Para não me perder com tantas opções, especialmente porque as cores escuras são difíceis de diferenciar quando secas, faço pequenos charts com as cores de cada paleta e os levo comigo. Assim, até decorar a posição de cada uma, sei exatamente o que tenho à disposição.
E você, também tem mais de uma paleta de aquarela? Como organiza suas cores? Comenta aqui embaixo! Vou adorar conhecer novas formas de organização.

É com muita alegria que compartilho uma grande novidade com vocês: esta semana iniciei uma nova jornada como professora na Casa Locomotiva. Essa oportunidade é um marco especial na minha carreira, e estou muito empolgada para trazer tudo o que aprendi ao longo dos anos para novos alunos e seus projetos criativos.
Ao longo dos anos, tive o privilégio de ensinar a aquarela e o desenho em diversos espaços, sempre buscando inspirar e motivar meus alunos a explorar o máximo de seu potencial artístico. Agora, na Locomotiva, terei a chance de alcançar ainda mais pessoas e expandir minhas abordagens em técnicas mistas e desenhos.
Essa mudança me inspira a renovar minhas práticas e trazer novidades que, espero, façam diferença no aprendizado de cada aluno. Novos desafios, novos rostos e muitas histórias para contar.
Na Casa Locomotiva as aulas são práticas, interativas e sempre focadas em desbloquear a criatividade de cada pessoa.
Venha Conhecer!
Se você está em São Paulo e tem vontade de aprender mais ou aprimorar suas habilidades em desenho e pintura, eu adoraria te ver nas minhas aulas. A nova escola oferece um ambiente criativo e inspirador, perfeito para quem quer mergulhar no mundo da arte. Para mais informações sobre horários e matrículas, basta entrar em contato comigo ou com a escola.
Agradeço a todos que têm acompanhado meu trabalho até aqui, sejam alunos, amigos ou colegas artistas. Esse novo capítulo não seria possível sem o apoio e o carinho de cada um de vocês. Estou muito animada para essa fase e conto com a presença de vocês para compartilhar essa jornada!

Fiquem atentos às próximas novidades e, claro, continuem acompanhando o blog para mais dicas, técnicas e histórias sobre o universo da aquarela e do desenho!

@casalocomotiva
www.casalocomotiva.com.br

Já parou para pensar que essas duas expressões podem significar coisas diferentes?
Quando falamos em aquarela, estamos nos referindo a uma técnica com características tão únicas que é difícil replicá-las com outras mídias. Pense na transparência, nos escorridos, nas fusões de cores, na granulação… Todos esses efeitos são obtidos pelo uso livre da água e são a alma da aquarela.
Quando pintamos de maneira contida, respeitando contornos e áreas bem definidas, qualquer outra técnica ou tinta poderia nos dar um resultado semelhante: lápis de cor, giz pastel, guache e até as ferramentas digitais poderiam funcionar. Nesse caso, a aquarela é apenas uma escolha de meio – estamos pintando com aquarela.
Mas quando o trabalho exibe fusões, manchas, transparências, escorridos e camadas – efeitos que praticamente só a aquarela nos permite alcançar – então estamos criando uma aquarela, aproveitando ao máximo o potencial dessa técnica.
Já tinha pensado nessa diferença? E você, como usa a aquarela? Qual abordagem você prefere?

E quando tudo que você tem à mão é uma caneta esferográfica e um caderninho?
Tudo bem. Dá pra desenhar e o desenho ficar lindo!!
Sabe o que é legal? A caneta permite que a gente faça várias linhas e criar volume e massa para as áreas mais escuras; mas também dá pra usar uma linha única e fininha para dar leveza e transmitir luz.
Permita-se experimentar. Rabisque bastante. Quanto mais linhas, melhor!

Essa semana me diverti revisitando aquarelas antigas e dando-lhes uma nova oportunidade…rsrs.
A colagem é uma ótima técnica para reaproveitar aquarelas e desenhos antigos, que não ficaram tão bons como trabalho final, mas que, se olharmos em pedacinhos separados, em cantinhos, certamente terão valor.
Foi assim que construí as paisagens desse post.
Rasgando o papel, ao invés de cortá-lo com tesouras a gente consegue, não só as bordas irregulares como também que se veja o branco da massa do papel, que acaba fazendo a função de contorno para cada recorte.
Sobre eles a gente inventa algumas linhas e texturas, pretas, brancas ou coloridas.
Et voilà!! Temos um novo trabalho!!!
Mas, como eu sempre acho que pode caber algo mais… resolvi bordar sobre as colagens.
São só pontos alinhavos, mas já completam o charme e dão relevo às linhas.
E aí? Disposto a rasgar alguns trabalhos antigos e dar nova roupagem pra eles?
Depois me conta o resultado!!