Muitos alunos me perguntam: “Que cor você usa para pintar sombras?”
A resposta não é simples, porque a sombra não é um elemento fixo com uma cor específica. Ela é, na verdade, uma área mais fria que se sobrepõe a algo existente — seja um objeto, o chão, folhagens, arquitetura ou o corpo humano.
Ao pintar sombras, é importante lembrar que elas devem ser transparentes, permitindo que o elemento por baixo ainda seja visível. Portanto, a sombra precisa preservar parte da tonalidade do objeto. Além disso, sombras não são uniformes ou chapadas; elas variam conforme a luz, a forma do elemento e as superfícies ao redor. Mesmo nas áreas completamente sombreadas, há nuances: pontos que refletem luz de outras superfícies, áreas mais próximas da luz, e sombras internas mais profundas.
Por isso nunca uso o cinza para pintar a sombra. Bacana mesmo é uma sombra colorida, cheia de nuances.
Gosto muito dos trabalhos de dois aquarelistas, mestres nas sombras:
John Singer Sargent (clássico) e Thomas Wells Schaller (contemporâneo)
Seguem exemplos dos seus trabalhos:
Quanto a mim, gosto de ter à mão uma mistura com um tom violáceo (azul ultramar, alizarin e um tiquinho de burnt siena) para uma sombra básica. Depois, adiciono nuances como ocre para áreas mais claras e lavanda para toques azulados. Sempre transparentes, deixando visível o que está por baixo dela.
E você? Já conhecia esses artistas? Como costuma fazer suas sombras?