Taí um assunto bastante controverso entre os aquarelistas.
Tive um professor que, na minha primeira aula, arrancou as pastilhas preta e branca da minha paleta e jogou-as fora. Disse que eu nunca deveria usá-las.
Radicalismos à parte, eu realmente não gosto muito da aquarela preta, quando usada num trabalho colorido. Acho que o pigmento preto suja e contamina muito as outras cores, tirando-lhes o brilho e a vivacidade.
Crio os meus “pretos” com a mistura de outros pigmentos, como o azul índigo com o marrom Van Dyke, o ultramar com o Siena Queimada, ou com as cores opostas como vermelho com verde ou violeta com amarelo, por exemplo. Cada uma dessas misturas gera uma cor diferente, mais ou menos quente, mais ou menos escura, porém com a qualidade de substituir o preto, sem sujar e contaminar as outras cores.
Entretanto já vi excelentes aquarelistas profissionais que trabalham apenas com a aquarela preta ou similar e fazem trabalhos lindíssimos monocromáticos. O preto geralmente granula bastante, então o efeito dos escorridos e das manchas é bem bonito.
Já a aquarela branca, seu uso é menos recriminado.
O que é consenso é que grandes áreas brancas não devem ser pintadas de branco, mas reservadas no papel. Até porque como a aquarela é transparente, a tinta branca não cobriria eventual camada de cor inferior. Usa-se, então a aquarela branca para dar um pouco de opacidade para algumas tintas e para dar alguns brilhos ou pontos de luz sobre a aquarela pronta. Podemos usar o guache branco para isso também.
Nos papéis matizados ela é importante para alcançarmos os altos valores tonais (as cores mais claras que o papel).
É isso. Você aí usa a aquarela preta ou branca? Me conte sua opinião sobre elas.

Entre em contato!
Send via WhatsApp